quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Na Praia eu vi





Quatro e meia da manha.

Acordo devido ao nascer do sol. Acordo ao teu lado. Na areia da praia. Tu não acordas, mas o teu corpo mexe-se. Dormes profundamente.
Levanto-me e olho para ti. O primeiro vento de um novo dia passa pelos nossos corpos. Agacho-me e tapo-te melhor com a manta. Reparo, numas areias coladas nos teus lábios. Tiro-as com suavidade.
Incrível que mesmo assim não acordas, mas, consegues saber e sentir que sou eu, pois sorris.

Hum... como eu me apaixonei por este sorriso tão facilmente.

Vou ao carro.

Caminho descalço pela areia e vou apreciando esta manha límpida e pura. Olho para o sol e para o céu. Vai estar um dia de calor.
Mais um.
No carro pego nas coisas que preciso e volto para praia.
Já ao longe só de olhar para o corpo dela começam a escorrer-me lágrimas pela face a baixo. O nosso momento sentados a beira da ponte assalta-me a mente. Como o vento limpava os cabelos dos teus olhos enquanto me dizias que adoravas os meus olhos verdes e o meu cabelo comprido negro pelo pescoço. Que adoravas como eu parecia um cantor de rock. Como nos riamos.
Como nos amávamos.
Estas lágrimas que eu choro sabem a falsidade. Tudo não passou de uma grande mentira.
Infeliz, infeliz, daquele que não quer ser ignorante no amor.
Perto do teu corpo, retiro a t-shirt para o sol bater nas minhas costas. Para o vento frio dançar no meu tronco. As minhas mãos tremem. Esta mistura de quente com frio no corpo é estranha. Será que o sol vai odiar a minha tatuagem de um olho envolto em três dragões que tenho perto do pescoço no meio das costas?
Pego na pistola.
Olho para ti. Uma ultima vez.

Disparo.

Não te quis acordar.






Texto por: Daniel Lopes

Imagem por: Daniel Lopes

Na Imagem agradeço a ti amiga. Bela Modelo. Preparo uma série de trabalhos com ela. Fiquem a aguardar.

Apenas um esquiço desta vez.


Enjoy

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Nine Inch Nails - High Fidelity




High Fidelity Recomenda:



Artista: Nine Inch Nails



Nine Inch Nails, é uma banda conhecida entre muita gente e com o devido nome.
Muito bem merecido já agora.
O álbum de que falo aqui hoje, já saiu a uns tempos, mas ainda não lhe tinha dado a merecida atenção, visto que se trata de um álbum de remixes, e por erro tenho sempre um certo receio de músicas que aprecio.

Como eu estava enganado.
Nine Inch Nails: y34rz3r0r3m1x3d traz uma frescura incrível ao lado da musica mais electrónica e deixando um pouco o industrial e o rock. E isto é sem duvida conseguido devido a Trent Reznor e aos grandes nomes que entram neste projecto, entre eles Saul Williams, Ladytron, The Faint e muitos mais. Extremamente recomendável!



Como não foi possível ainda encontrar vídeos sobre este álbum, ponho o link para o vídeo de uma musica do Year Zero no qual este projecto de remixes se baseou. Fiquem com “Survivalism”:








Enjoy.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Black Mountain - High Fidelity


High Fidelity Recomenda:

Artista: Black Mountain


Black Mountain é uma banda vinda do Canada que inclui como membros Stephen McBean, Amber Webber, Matt Camirand, Jeremy Schmidt e Joshua Wells.
O som é límpido, refrescante e sem duvida que esta banda veio para ficar.

Aqui ponho o link para um vídeo que representa uma actuação da musica Stormy High do seu último albúm de originais de nome Into The Future no progama americano Conan O’Brien.


Enjoy.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Rakim







No dia de amanha, levantei-me do meu trono de folhas e soprei neste espanta espíritos que é o único que me percebe neste meu caminho. O meu sopro afastou as tuas magoas, mas a mim, apenas me trouxe mais. Quem sou eu não mais que um caixão vazio? Olho pela janela da minha alma e lá fora, em cima do monte pelado vejo um grupo de seres a cantar.

Senti, a meio de uma noite contigo, falta da luz do dia. Fechei as janelas, que sempre insistias em deixar abertas. Deixaste a chuva entrar no meu espaço, não gosto quando fazes isso. Sons estranhos, que não podem existir, ecoam-me na mente. Sei que entraram por tua causa, e murmuram constantemente numa língua que não entendo.

Essa mesmo língua que passou levemente pelo meu corpo. Esses mesmos lábios pelos quais eu me fui apaixonando. Posso gostar de muita coisa que não compreendes, nem iras compreender em três vidas juntas, mas, nunca, nunca duvides que a única coisa que eu amei foste tu.
Pergunto porque não respondes tu as minhas cartas que tatuo no meu corpo, apenas para te ouvir a responder friamente. Que barco apanhaste tu, para estares tão afastada de mim?
Diz-me! Pois, eu quero afunda-lo, para te salvar.
Nunca te irei deixar afogar.

Passo os meus dedos pelo teu cabelo e afasto os lençóis para contemplar o teu corpo nu. Faço uma pintura mental da tua expressão enquanto dormes. Só assim posso estar próxima de ti, enquanto manténs os teus olhos fechados e viajas por um mundo ao qual não sei se pertenço. Cansada de uma viagem que não me levou a lado nenhum, que me deixou marcas na pele e que não me deixa voltar a aproximar de ti, faço um esforço para não me deitar a teu lado. Pergunto-me em que momento te magoei de tal maneira que não ousas voltar a deixar-me tocar na tua alma. Ouço-te suspirar, talvez consigas ouvir os meus pensamentos nos teus sonhos.

Enquanto dormes corto a palma da minha mão e deixo o sangue cair sobre as tuas costas. Tu não acordas, pois, o meu sangue não é frio. Podes dizer o que desejares. Podes fazer mil e uma coisas para acabar com o meu espelho, mas nunca iras tornar o meu sangue frio. Sentes o saber e as canções de dois mil anos no meu sangue?
Sentes como ele rejeita o teu corpo nu?
Posso estar calado, mas, a minha alma grita eternamente.
Toco nas tuas costas por cima do meu sangue, e mesmo assim, não acordas. Sorrio. No meu sangue desenho a imagem do meu criador e desejo que as folhas do Outono venham e te levem da minha cama.
Já a muito que não te amo.
Já a muito que não passas de uma lembrança.

Sinto que comunicamos mais em sonhos que acordados, é uma sensação estranha. Quero deixar-te, queres deixar-me, estou a chorar mas as lágrimas não escorrem pelo meu rosto. Desta vez vou-te acordar, desse sono que finges ser eterno. Nunca entendi se alguma vez olhaste verdadeiramente para mim, isso deixou de me importar tal como me deixou de importar o teu toque ser frio. Abraço-me a ti com força, acorda! Mordo o teu pescoço, sem qualquer tom de sensualidade, quero magoar-te, ferir-te até te ver morrer um bocadinho por mim. Quero que o teu coração pare de bater. Ponho as mãos sobre o teu peito, sinto-o a acelerar, alarmado. Amor, acorda, não me deixes enlouquecer sozinha.

Texto escrito em conjunto por Daniel Lopes & Maria Sx

A casa e o Lobo


Mostra da capa do meu novo projecto. Um conto.

A ponte


Hoje encontrei uma ponte fechada.
Vim a descobrir mais tarde que já se encontrava fechada desde 1982. O ano em que nasci. Não sei, nem compreendi, mas, algo nela me atraiu. Caminhei sobre ela e parei onde acreditei ser o seu meio. Acendo um cigarro e tento apreciar a cidade. O seu rio. Os seus prédios, casas e movimento.
Relembrei os meus amores nesta cidade, para perceber que não tive nenhum na verdade. Meti os auscultadores nos ouvidos e a Casta Diva, da Opera de Norma invadiu-me a mente. Aumentei o volume e tu correste ao encontro das minhas memorias. Com um vestido vermelho tu apareceste na minha alma enquanto a musica mudava para Perfídia de Xavier Cugat.
Perguntei-te se querias dançar comigo, ao que tu respondeste que não!
Que, apenas, me querias beijar.
Sem dar por mim esbocei um sorriso sincero e desejei mais de ti.
Sem exigir, quero-te seguir. Sem pedir, quero estar contigo, e, sem questionar, quero amar-te.
Deito o cigarro fora e vejo-o a cair. Este vento quente estranho de Inverno corre pelo meu corpo.
Caminho e deixo a ponte para trás.
Siboney de Connie Francis dança nos meus ouvidos.
Hoje, cinema, meu amor?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O estranho em Mim


Vagueio pela cidade à noite sem destino definido.
O vento de Inverno rasga as arvores e a minha face. Ouço a pele a estalar e as minhas mãos a tentar não tremer. Arregaço a manga e vejo as horas, mas não são as horas que eu realmente vejo, mas, sim as marcas que me deixaste na pele.
Arranco o casaco e a t-shirt do meu corpo e sei que ainda não estou pronto para te deixar de amar. Faces e mãos tuas tentam sair da minha pele, como, copias tuas em forma de espíritos a tentar rasgar o meu corpo.
Abraço-me. Não quero. Não desejo.
Ainda sabes a certo. Ainda te sinto em mim.
Quando te conheci tornei-me noutra pessoa.
Num estranho... e no dia que me apaixonei por ti tornei-me completo.
Lembras-te desse dia? Em tua casa, na sala a luz desligada apenas com reflexo azul de um qualquer programa na televisão a iluminar o teu rosto enquanto dormias abraçada a mim.
Como o teu corpo tremeu antes de acordares e olhares para mim.
Os teus olhos disseram-me mil e uns segredos, mas mesmo assim eu só ouvi a única palavra que saiu dos teus lábios.
Fecho os olhos e retenho a respiração a pensar nessa mesma palavra. Não sinto mais o frio do Inverno no meu corpo. Já não sinto o pó na minha alma.
Este pó que me pesava tanto.
Ouço o vento. A agua que corre suavemente num lago qualquer perto. Os sons da cidade enquanto gastei seis balas. Cinco nos momentos que não terei de volta e a ultima no meu coração.
Sentes-me a desaparecer?
Ou será que me perdi no estranho que habita em mim?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O Por de Sol nas Vidas


r
Tarde.
A areia e o som do mar.
O não tanto frio que tenta entrar no teu corpo e algo em ti deixa.
Porque te faz sentir vivo!
Tudo me assalta, mas a olhar hoje para o por de sol, com a melhor companhia que podia desejar ao meu lado, revejo-me dentro desse mesmo pousar de luz, para o encontrar povoado de segredos. Segredos esses que me sussurram e sussurram ao ouvido.
E ai compreendo.
Apenas assimilo que o por de sol é a melhor definição que existe sobre a vida. As cores que reparamos ao primeiro olhar, mas com tantas mais cores que ainda não conseguimos compreender logo à primeira. Quantas pessoas não conhecemos assim? Difíceis de entender ao primeiro contacto?
O seu núcleo desfocado que nos magoa a olhar directamente. Não será igual a nossa tentativa de ver o futuro? De tentarmos vezes sem conta ser felizes e vezes sem conta apenas nos magoar-mos.
E o tempo que demora a desaparecer? Damos como garantida a vida, a nossa e de quem nos rodeia, sem reparar que ela tal como o por de sol, desaparece num piscar de olhos.
Não terá sido criado o por de sol, para nos lembrar todos os dias, que a vida é o que é. Apenas bela e que não quer nem pode ser compreendida. Mas, que se deixares fugir o teu olhar ela irá desaparecer num instante sem te dares conta.
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