
Lisboa esta em chamas.
Eles vieram durante o nascer da noite. Seres que nunca antes tinha visto em filmes, lido em livros ou sonhado nos meus piores pesadelos.
Sairam das árvores. Do mar. Do chão. Bocas enormes em chamas puxadas por crianças em cinzas e olhos vermelhos que se riem enquanto matam, pilham e tudo queimam. Dos céus surgiram luzes verdes rodeadas por seres voadores envoltos por gritos de choro, queimando, em segundos, casas, prédios e tudo que estivesse pelo caminho. Entre corpos e cinzas consegui fugir de carro até Sintra e para trás deixei em lágrimas amigos, familia e a minha filha que perdi para este dias de jugalmento final. Fechei na minha mente as suas mortes que assisti para tentar viver para mais um dia.
Sintra, eventualmente foi atacada com a mesma violencia que Lisboa. Não sei como sobrevivemos, mas, o que importa é que agora nesta casa meia desfeita tudo observamos sem saber que próximo passo dar. Somos oito, um rádio e vários enlatados. Não falamos uns com os outros e nao sussurramos com medo que eles se sintam atraídos pelas nossas vozes. Apenas nos damos ao luxo de passear com o olhar uns pelos outros. O rádio, só o ligamos no minimo durante o dia que é quando eles parecem estar mais distantes, ou apenas mais escondidos. Lisboa foi só o inicio pelo que consegui ouvir no radio. Já conseguiram avançar até a fronteira de Espanha e França. Nenhum pais estrangeiro nos ajuda, porque estão demasiados preocupados com as suas defesas, e os Estados Unidos, Brazil e México apenas não ajudam com medo que eles fiquem a saber o caminho pelo mar até ao seu continente. O que eles não sabem é que eles apareceram de todos os lados e não irá ser um Oceano que os irá parar.
Creio que mesmo em tempos finais a arrogância é demasiado bela para ser posta de lado.
Este é do décimo terceiro dia desde o "ataque" e a meio da noite observo pela janela um ser com corpo de bode e cabeça de lobo cheirando e aproximando-se do nosso esconderijo. Da sua boca caem correntes que arrastam caveiras meias raxadas.
Cheira, arranha, até que pára a olhar para a casa. As correntes da sua boca tremem.
É agora... O inicio dos meus últimos dias.
Continua.
Escrito por.: Daniel Lopes
Apenas uma ideia que me apareceu na cabeça, provavelmente devido a todas as imagens que me teem chovido na mente nestes ultimos dias.
No proximo texto. Cuba como nova potencia mundial, e sangue. lol ^^
P.s.: Aceitam-se propostas de titulos por favor. : P
Imagem por.: Gustave Doré de 1865
1 comentário:
Já sabes o que achei.
Espero que esta crónica leve os 'nossos' heróis a bom porto.
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