
Amor meu de ontem.
Sento-me nas escadas da minha casa.
Na casa que outrora já foi nossa.
O sol apareceu. Esta quente. Sinto-o a aquecer a minha pele.
Um vinil de rock dos anos 70 toca lá dentro, mas, o som esta alto o suficiente para eu não ouvir mais nada.
Só eu, o sol e a musica é que estamos juntos hoje.
A casa encontra-se deserta e tenho que admitir que o seu estado é no mínimo belo. Vazia de pessoas. Vazia de mobiliário onde só as paredes nuas resistem.
Cheguei ontem a noite, onde a lua era luz suficiente para eu conseguir movimentar-me dentro de casa. Abri as janelas todas e deixei entrar os primeiros ventos da primavera. Pousei o gira discos no chão com as colunas. Caminhei pela casa e todos os nossos momentos passaram pela ponta dos meus dedos. O teu perfume assaltou-me mais vezes do que eu desejava. E relembro o momento em que me deixaste como se lágrimas secas se tratassem.
Neste talho que é o nosso amor, partes de mim são vendidas ao teu prazer.
No que te poder ajudar meu amor!
Vasculha, corta pelo meu corpo e pela minha alma a dentro até encontrares aquilo que me faz mexer e lutar por ti. Retira a venda dos teus olhos e aí irás encontrar a maneira certa como me magoares.
Nunca me deixaste por dizeres que já não me amas, que já não tas apaixonada por mim ou que simplesmente perdeste o interesse total em mim. Apenas, te foste afastando, e eu sem compreender. Sem me aperceber, fui-te perdendo.
Tentei apertar-te, tentei agarrar-te, mas, o quanto mais tentava, mais eu te perdia.
Tivemos tudo por momentos.
E apenas um momento bastou para que perdêssemos tudo.
No fim, apenas algo te posso prometer.
Nunca te irei deixar ser a minha insónia.
O dia de amanha só tu me poderás dizer, mas enquanto isso, irei continuar a gritar na tua alma. Sente tudo aquilo que fomos, que somos e que jamais iremos ser.
O canhão da pistola roda suavemente e ao sabor da musica um tiro certeiro no meu crânio canta.
Texto por: Daniel Lopes
Imagem por: Daniel Lopes
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